REVIVA COM KADU MOLITERNO.
Por Mariza Cardoso
Carlos Eduardo, Carduá ou Kadu como é mais
conhecido por seus fãs, parece mesmo que nasceu para brilhar! Seu brilho está
presente em tudo o que faz, talvez por se jogar de cabeça em tudo, seja no
esporte, na literatura, na dança, sua garra ilumina seu caminho. Sempre com um
sorriso lindo estampado no rosto e uma simpatia contagiante, passa a todos em
sua volta, uma energia muito boa, tanto que o galã dos anos 80, exemplo de
geração saúde, continua até hoje, brilhando e seguindo uma trajetória de
sucesso a cada novo projeto.
Kadu, estourou nos anos 80 com Armanção Ilimitada, época
da galera “Geração coca-cola” que curtia Menino do Rio, Garota Dourada e
não desgrudava da TV no horário da Armação Ilimitada, para se deliciar com as
aventuras de Juba, Lula, Zelda e Bacana.
Durante este período, Kadu e Juba
se confundiam em estilo de vida parecido: esporte, aventura, sempre recheada de muita adrenalina. Mas
nosso astro começou bem antes disso. Descoberto por acaso
aos 14 anos, em uma agência de publicidade em São Paulo, onde trabalhava como
office boy e para sorte nossa, na falta de um modelo, fez uma
foto pra revista Claudia, tempos depois
foi procurado por Dionísio Azevedo,
então diretor de novelas da Record, para a
novela "As Pupilas do Senhor Reitor", em 1970.
Daí
em diante.. Foi um trabalho atrás do outro. Na Globo, estreou em 1978, na
novela O Pulo do Gato.. Depois veio A Sucessora, As Três Marias, Água Viva,
Partido Alto, O Dono do Mundo, Anjo Mau, Brilhante, Paraíso, Eu Prometo, Anos
Rebeldes, Beleza Pura, Pátria Minha, Memorial
de Maria Moura, Malhação, entre outros tantos sucessos. Sua carreira, sem dúvida, marca bem sua
versatilidade. Do romântico José
Eleutério de Paraíso ao vilão Gustavo Pelegrini de Pátria Minha, seus
personagens sempre foram intensos. Aliás deste vilão, Kadu viveu uma das cenas
mais emocionantes de sua carreira quando minutos antes de sua morte, se
arrependeu de tudo o que fez e morreu de mãos dadas com sua mãe, vivida por Eva
Wilma.
Hoje, Kadu, depois de ter dado um show, na última
temporada da “Dança dos Famosos”, curte merecidas férias e nesta entrevista
especial à Revista “Distribuidor News” e a edição especial da Ordem dos Jornalistas do Brasil, conta um pouquinho do Carlos Eduardo,
do Carduá e do Kadu.
A todos, boa leitura!
DN: Kadu, tive o prazer de ler o seu livro, aliás, presenteado por você,
onde me encantei com a maneira leve e divertida que relata sua infância, sua
carreira e ainda dá dicas de saúde, através da boa alimentação e do
esporte. Como surgiu , “Reviva com Kadu
Moliterno?
KADU: A ideia do livro nasceu depois
que o Paulo Azevedo, me sugeriu escrever um livro em comemoração aos meus 40 anos de
carreira. Gostei da ideia e foi muito
bom para a minha vida, repassar o que eu já vivi. Comecei a gravar tudo o que ia lembrando e em 3 meses finalizei o livro. Inicialmente, o livro teria umas 600 páginas.
Recordar tudo isso me revitalizou e acredito que agora este livro seja o
primeiro de uma série. Com o livro, passei a ter prazer de contar a minha
história, tanto que também há ideia de fazer um filme da fase “Carduá” – dos
meus sete ao 14 anos.
DN: No livro, você conta com muito bom humor, sua vida recheada de
aventuras, artes e estabanadices. Ri
muito ao ler a história da Pegadinha, com o padre surdo do Colégio Santo
Agostinho; a apresentação em Minas que
você caiu no buraco quando foi receber o prêmio do Governador; a história do boto que te perseguiu, te
impulsionando do último ao primeiro lugar na travessia de 4 km, realizada no
mar de santos; a história da bola de gude, quando a cavalaria passou e cavalos,
capacetes e cassetetes voaram, graças a sua arte... Enfim... com tantas
histórias divertidas, como foi relembrar e dividir com seus leitores o Carlos
Eduardo e o Carduá, até então desconhecido para os seus fãs?
KADU: Eu me surpreeendi também com a
minha vida e as pessoas que leem acham um barato e não fazem ideia do que eu passei. Dividi
isso com a minha família. E aquele coisa que o ser humano tem de “ plantar uma
árvore, ter um filho e escrever um livro”,
agora posso dizer que fechei um ciclo.
Eu acredito que a
função do artista, é esclarecer e ajudar as pessoas a viver melhor, a ter uma
boa qualidade de vida. Se eu puder ajudar alguém a emagrecer, se eu conseguir
tirar alguém das drogas, se eu passar adiante esse amor que eu tenho pelo
esporte, o amor à família que é a base de tudo, já é um grande passo. E “Reviva
com Kadu” é a minha história, sou eu, mostrando para as pessoas quem eu
realmente sou.
DN: Depois, enfim Kadu Moliterno, de Armação
Ilimitada, o programa que é uma referência
da geração Coca-Cola, passando pelo romântico José
Eleutério de Paraíso ao vilão Gustavo Pelegrini de Pátria Minha, o que mais te deixou saudades ou o que mais te
marcou e/ou mais foi difícil de fazer?
KADU: Eu diria o
José Eleutério. Foi meu primeiro protagonista. Minha família é do interior de
São Paulo e o Benedito Ruy Barbosa é o autor que escreve melhor para este tipo
de público. Com o José Eleutério, eu montei búfalo, touro e como eu vinha da
ginástica olímpica, me facilitou bastante compor este personagem. O José
Eleutério me marcou demais, tanto que no remake, refazer a novela, foi um
grande presente que a Rede Globo me deu. Já o Juba... o Juba sou eu! O amor
pelo surf, pelas crianças, o companherismo com o Lula, enfim.. Sou eu. O vilão
Gustavo Pelegrini, aconteceu com chave de ouro. A cena da minha morte, a emoção
tomou conta do estúdio. Trabalhar com Eva Vilma, que considero uma das melhores
atrizes que o Brasil já conheceu, assim como Glória Pires, Marília Pera, Regina
Duarte, Tônia Carreiro, torna qualquer
trabalho intenso, tanto que a cena foi tão intensa que eu achei que ia morrer.
Esse personagem me marcou muito. Meu único vilão. Talvez só eu e Toni Ramos que
sempre fazemos “mocinho”.
Outro
personagem que me marcou muito foi o Padre José Maria da minissérie Memorial de
Maria Moura. Fou muito importante para a minha trajetória, primeiro por ele ser
um padre, depois por ser um padre que se apaixona..
DN: Você já
passou dos 50 anos, com uma invejável
disposição e forma física (vide ensaios e Dança dos Famosos). Você atribui
tanta disposição ao estilo de vida saudável que sempre teve?Qual a receita para estar tão bem?
KADU: 80% alimentação e 20 % exercício físico.
Como eu desde os meus três anos pratico esporte e nunca parei, hoje, aos 60, me
sinto melhor do que há 20 anos. Acordo às 5h30 da manhã, vou dormir às 23h. Me
dedico ao esporte, aos meus filhos. Meu dia começa pela vida deles, depois se
sobrar tempo, resolvo a minha vida.
DN: Como
foi para você a Dança dos Famosos? O que mudou na sua vida depois da
convivência com a dança, uma vez que sua “praia” era outra?
KADU: A dança foi um dos desafios mais intensos que
já passei.Eu não sabia dançar, nunca fui de balada e minha dança era o amor ao
esporte e a música. Tive a sorte da ter parceira Dani De Lova, com quem me
identifiquei muito pelo profissionalismo e humildade dela e, ela se
impressionou com a minha dedicação, a ponto da própria Ana Maria Braga comentar
que estávamos ligados pelo espírito na dança.
Várias vezes me pegava ensaiando sozinho.. Inclusive no mercado, uma
vez, uma senhora me abordou e perguntou se eu estava dançando.. Quando respondi
que sim, ela disse que eu poderia ocntinuar ensaiando no mercado porque ela
estava torcendo muito por mim. O Faustão também disse que o que eu passei para
a minha geração será seguida por muita gente.. Enfim, sabia que a Cláudia Ohana
e o Rodrigo Simas eram adversários fortes, mas receber nota dez da Ana Maria
Botafogo, saí vencedor do programa.
E a
química com a Dani vai continuar.. Em fevereiro de 2013, estaremos estreando um
musical no Cruzeiro Royal Caribeean –
Buenos AiresX Rio. Será um musical-teatro, em cima do livro e da minha
vida.
DN:
Hoje,você com três filhos adolescentes e vivendo numa cidade perigosamente
maravilhosa, na sua opinião o que mudou para a geração de hoje, que vive em
meio a uma guerra urbana, cada vez mais trancada em casa grudada no computador ?
KADU: Optei em dar aos meus filhos na educação, o leque de
oportunidades que eles teriam. Dois já estão morando nos Estados Unidos e meu
caçula de 15 anos também breve seguirá o mesmo caminho.
A geração deles é muito melhor que a minha. Eles são
mais saudáveis, usam a luta como esporte
e a geração “Badboy” está meio over. Eles pegaram o sofrimento da geração
anterior, portanto não precisam mais seguir o “ser revoltado”. E o Rio,
acredito que com a Copa e Olimpíada, vai melhorar.
DN: Em algum momento você enxerga o Kadu sem ser ator? Se não fosse ator, o que você seria?
KADU: Se eu não fosse ator, seria esportista: nadador, professor de Educação
Física, tenista. O que me ajudou muito na carreira de ator, foi o esporte e eu
defendo essa bandeira. Tem que ter o esporte em tudo. Ginástica Olímpica e
natação são a base para qualquer esporte.
DN:Finalizando.. Alguma mensagem aos
fãs de Kadu Moliterno- o ator e futuros fãs de Carlos Eduardo e Carduá?
KADU: Amor à família em primeiro
lugar! Os melhores amigos são nossos pais. A família é a base da felicidade.
Ter os filhos como amigos é a base de tudo, porque eles nunca vão querer
decepcionar um amigo!
E, claro, o esporte.
Amar o esporte, pois ele traz boas amizades e te prepara para a vida.
CURIOSIDADES:
Primeira peça: Abelardo e Heloísa.
Primeira novela: As Pupilas do Senhor Reitor
Primeiro filme: A árvore do sexo, de Silvio de
Abreu
Gênero que mais agrada: ação e aventura
Nome Primeira Banda: Os Bacanas
Banda Atual: Os Moliternos
Livro: Reviva Com Kadu Moliterno
Sonho ainda a realizar: Trabalhar como ator dirigido pelo meu filho. Aliás, escrito e
dirigido por ele, além de me aposentar no Hawaii.
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