D, a vitamina “queridinha” do momento
Verificado pela classe médica, um
grande aumento do índice de carência desta vitamina na população de países
tropicais como o Brasil, fato que levanta o questionamento a respeito do
comportamento da população em geral e do conhecimento de sua importância, em
continuidade a matéria publicada na edição anterior, entrevistamos a Dra.
Evelin Sbano, nutricionista, que explica, na esfera nutricional, um pouco mais sobre a mais nova “queridinha”
do momento.
O que é a
Vitamina D? Apesar de parecer um suplemento alimentar, Dra. Evelin explica que
a Vitamina D funciona como um hormônio (está relacionada ao bom funcionamento
do corpo) onde 90% dela é fabricada na pele através da exposição ao sol. “Além
de papel importante relacionado aos ossos, atualmente já foi comprovado que a
variação de sua concentração no sangue pode influenciar no desenvolvimento de
algumas doenças como diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares,
na imunidade corporal e na prevenção do câncer. Em função disto, torna-se
necessário o acompanhamento de um médico endocrinologista, um dermatologista e
de um nutricionista”, destaca.
Segundo
ela, na natureza, a Vitamina D encontra-se em duas formas: D3 (colecalciferol)
e D2 (ergocalciferol). A D2 é pouco disponível e é mais utilizada como
suplemento alimentar. A D3 é
a forma que o corpo produz na pele (com a incidência da luz solar) e é a
encontrada nos alimentos. Porém, nosso
corpo não aproveita estes compostos nessas formas. É necessário chegar aos rins
e fígado onde serão transformados à forma biologicamente ativa para serem
utilizados por fim.
A deficiência da vitamina D ocasiona, em crianças, o
raquitismo e nos adultos a osteomalácia (é o enfraquecimento e a
desmineralização dos ossos) enquanto sua insuficiência, que vem sendo verificada
com frequência nos consultórios, pode resultar em osteoporose. Nos idosos
(acima de 65 anos) a deficiência é acentuada em torno de 40 a 100% dos
indivíduos.
Deficiência = ≤ 20µg/mL de 25(OH) D
sanguíneo
Insuficiência = níveis entre 21 e 29µg/mL
de 25(OH) D sanguíneo
Níveis adequados: entre 30 e 100µg/mL
de 25(OH) D sanguíneo
Para a
esfera nutricional, a recomendação dietética da Vitamina D sofrerá variações de
acordo com a faixa etária, sexo, momento fisiológico (gestantes, lactantes),
estilo de vida, etnia e estado nutricional geral dos indivíduos. Em função
disto, torna-se necessária a avaliação bioquímica associada para determinar a
dosagem adequada de vitamina D para o indivíduo.
A nova DRI(Dietary Reference Intakes) para vitamina D,
publicada em 2010, recomenda para adultos a ingestão de 600 UI (15 mcg) por dia
e 800 UI/dia (20 mcg) para idosos. Também é indicada a exposição ao sol de
braços e pernas antes das 10h da manhã, de 15 a 20 minutos, 3 vezes por semana,
sem protetor solar, pois fatores de proteção solar acima de 8 já alteram a
biodisponibilidade do nutriente pela pele e indivíduos com pele mais escura
possuem capacidade reduzida de fabrica-la e, por isto, devem expor-se com maior
frequência ou por maior período de tempo. A
Sociedade Brasileira de Dermatologia defende que pessoas com pele muito clara,
que têm maior risco de câncer de pele, sempre usem protetor solar e, apenas
três vezes por semana, tomem sol, mas só nos braços. Segundo a entidade, essa
exposição já é suficiente para um aporte adequado de vitamina D. Por esse
motivo, é recomendável a avaliação de um médico dermatologista quanto às
orientações de exposição solar.
A vitamina
D precisa do sol para ser transformada na sua forma ativa, pois, o que
ingerimos está na forma inativa (fica
armazenado no coração, pulmão , rins e fígado) e sua forma ativa é consumida de
imediato (não é armazenada). A única forma de ter níveis tóxicos de vitamina D
no sangue é através de tratamentos de suplementação com vitamina D e não
com a ingestão de alimentos ricos em vitamina D ou a excessiva exposição à luz
solar.
Poucos alimentos são considerados
fontes de Vitamina D, que são os peixes,
óleos de peixes, frutos do mar e alimentos derivados do leite, como queijos
gordurosos e manteiga, além dos alimentos enriquecidos como alguns cereais e
margarina . Existem estudos que indicam que a
ingestão de álcool e fibras pode diminuir sua biodisponibilidade, ou seja,
diminuir a quantidade de vitamina a ser utilizada pelo organismo. MAHAN e
ESCOTT-STUMP (2003) citam que a vitamina D é muito estável e não sofre
alteração quando os alimentos são processados ou armazenados por longos
períodos.
Levando em
consideração as recomendações nutricionais gerais, como exemplo, um indivíduo
idoso necessitaria aproximadamente da ingestão de 2 litros de leite ao dia para
suprir suas necessidades individuais da vitamina, para a absorção
necessária, o sol é o grande aliado, finaliza.
Esquema 1



sistema imunológico, câncer, doenças
cardiovasculares.


fontes
alimentares (10%) suplementos

ovo, leite e derivados
![]() |

1,25 (OH)2
D3 -
dihidroxicolecalciferol (forma que o
corpo utiliza)
Esquema 2
Alimentos ricos em
vitamina D
|
Porção (g)
|
Quantidade de
vitamina D (mcg)
|
Óleo de fígado de
bacalhau
|
13,5
|
34
|
Óleo de salmão
|
13,5
|
13,6
|
Ostras cruas
|
100
|
8
|
Peixes
|
100
|
2,2
|
Leite fortificado
|
244
|
2,45
|
Ovo cozido
|
50
|
0,65
|
Carnes (frango,
peru, porco) e vísceras
|
100
|
0,3
|
Manteiga
|
13
|
0,2
|
Carne bovina
|
100
|
0,18
|
Entevista: Dra. Evelin Sbano
Nutricionista
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