ALIMENTOS FUNCIONAIS: A SAÚDE AGRADECE



Matéria Especial: Saúde.











                                                                                Dra. Vera Lucia Moratelli Warmeling

   Segundo a portaria nº 398, de 30/04/99 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), um alimento ou ingrediente só é considerado funcional quando além de atuar em funções nutricionais básicas, desencadeia efeitos metabólicos, fisiológicos e benéficos à saúde.

   Mas que alimentos são esses?  Quais os benefícios e como incluí-los em nossa alimentação diária?
Com a preocupação voltada à saúde, especialistas e pesquisadores vem se desdobrando em estudos sempre pensando em uma melhor qualidade de vida, com exercícios adequados e alimentação saudável, já que tem sido cada vez mais crescente o número de doenças cardiovasculares (DCV). Essas doenças aumentam o risco de mortalidade e um dos maiores fatores de risco para o seu desenvolvimento é o colesterol elevado no sangue.  Assim, alimentos que visam à redução dos níveis de colesterol, especialmente o LDL (o chamado “colesterol ruim”) e também de outros fatores de risco tem sido muito utilizadas por aqueles que desejam manter a saúde.

   Segundo a nutricionista Clínica Funcional, Dra. Vera Lucia Moratelli Warmeling, os alimentos funcionais se definem em alimentos que além de saciar a fome, também desempenham demais funções incomparáveis ao organismo, no sentido de afastar as doenças, inclusive a obesidade, atualmente conhecida e tratada como uma doença inflamatória.
   As farinhas de Berinjela, Soja e banana verde, são saudáveis e podem trazer diversos benefícios para a saúde, mas mesmo em se tratando de alimentos naturais, nada de exageros. Não necessariamente “quanto mais, melhor”, todo excesso pode ser prejudicial. Na dúvida converse com um profissional nutricionista de sua confiança.
Farinha de Soja: fonte de proteína completa.

   A soja, grão rico em proteínas, pertencente à família Fabaceae (leguminosas) é considerada uma fonte de proteína completa, pois contém quantidades significativas de todos os aminoácidos essenciais. Ajuda a diminuir os níveis de LDL (colesterol ruim) e aumenta a concentração de HDL (colesterol bom). E atuando sobre os níveis de colesterol,  a soja se torna uma forte aliada na prevenção de doenças cardiovasculares.
   Para redução dos riscos de doenças cardiovasculares, segundo a FDA (Food and Drug Administration), a recomendação de consumo é de 25g de proteína de soja por dia, o que equivale aproximadamente a 60g de grãos ou derivados de soja.
   Além dos grãos, os derivados da soja, leite, proteína texturizada, farinha, farelo, queijo (tofu), pasta (missô) e shoyo também são fontes de proteína e isoflavona. A ingestão da farinha de soja é muito mais efetiva do que as cápsulas isoladas e concentradas de isoflavonas, porque estes fitoestrógenos da soja apresentam seu melhor desempenho quando integrados a proteína e todos os demais componentes da soja.

Como fazer e consumir a Farinha integral de Soja?

   Coloque 1 kg de grão de soja escolhidos e deixe de molho em água por 8 horas ou toda a noite. Escorra, elimine a água e coloque os grãos em uma assadeira rasa média. Torre em forno baixo, preaquecido, por 30 minutos ou até obter grãos torrados. Retire do forno e deixe esfriar. Moa os grãos no liquidificador. Peneire a farinha obtida, utilizando uma peneira fina. Armazene esta farinha integral de soja em recipiente seco e com tampa. Mantenha na geladeira. Atenção: Por ser integral sua validade é de somente 30 dias.
   Na opinião da Dra. Vera Lucia Moratelli Warmeling, a melhor forma de utilizar a farinha de soja é em preparações assadas ou cozidas. Como no caso de pães, bolos, tortas salgadas e biscoitos.  Sendo uma boa opção para quem quer melhorar o aporte de fibras da preparação, facilitando a sensação de saciedade, além de ser uma das fontes de proteína vegetal, sendo boa opção para vegetarianos e adeptos da alimentação com menor quantidade de alimentos de origem animal. Lembrando que o tofu, que é o queijo de soja, alimento rico em cálcio, magnésio e quantidades mínimas de gordura, também pode ser consumido na forma de patê, o que realça o sabor do mesmo e agrega valor nutricional ao cardápio. Boa alternativa para quem não pode ou não quer consumir derivados de leite.

Farinha de Berinjela: mais uma aliada para a saúde e perda de peso.

   A berinjela não contém gorduras e é rica em vitaminas A, complexos B e C, sais minerais, como cálcio, fósforo e ferro, e flavonoides, compostos antioxidantes presentes na casca que ajudam a afastar doenças como o câncer. Estudos mostram que a farinha de berinjela também auxilia na redução dos níveis de colesterol- LDL, glicose e triglicérides. Além disso, apresenta leve ação diurética, auxilia na melhora do funcionamento intestinal e nos tratamentos de artrite e reumatismo.
   A concentração de vitaminas, minerais e principalmente fibras, faz da farinha de berinjela um alimento funcional de grande valor nutricional e que pode ser utilizada diariamente, pois além de saudável é muito versátil. Segundo sugestão da nutricionista  Vera Lucia Moratelli Warmeling, além de ser adicionada em preparações assadas diversas, a farinha de berinjela pode ser consumida também em farofas associada à farinha já utilizada habitualmente. Além disso, a inclusão desta em sucos e/ou vitaminas, também é uma boa sugestão de consumo. Por se tratar de um alimento, não existe uma dosagem única diária, varia de pessoa para pessoa e das necessidades nutricionais de cada um, mas de maneira geral, é possível mencionar uma quantidade de 1 a 2 colheres de sopa ao dia, sempre associada ao consumo regular de água, pois onde tem fibra, tem que ter água, conclui Dra. Vera.

Como fazer e consumir a farinha de Berinjela?

   Em uma fôrma, coloque 1 kg de berinjela com casca cortada em fatias. Em seguida, leve ao forno a uma temperatura de 200 graus por cerca de 2h15min ou até o legume ficar crocante ou ressecado. Em seguida, triture a berinjela desidratada no processador ou no liquidificador até virar pó. O produto deve ficar com aparência parecida com a da farinha de mandioca. 
   Para aqueles que desejam perder peso a farinha de berinjela pode ser mais uma aliada. Duas colheres de sopa duas vezes ao dia, de manhã e à noite ou durante as principais refeições, além de auxiliar na perda de peso, diminuí o risco de doenças metabólicas como diabetes tipo dois, e também a concentração de ácido úrico.  E, por ter maior concentração de fibras solúveis, a farinha chega a ser até mais eficiente do que o chá e do suco de berinjela.
RECEITA: Pasta de atum e farinha de berinjela
Ingredientes:
• 1 lata de atum light (em água) - escorrer o excesso de água
• 2 colheres de sopa de requeijão light ou creme de soja
• 1 colher de sopa de farinha de berinjela
• Salsinha a gosto 
Modo de preparo: Misture tudo e sirva com torradas.

Farinha de Banana verde: proteção funcional mais que saudável.

   Rica em carboidratos, vitaminas A e C, fibras e sais minerais, especialmente o potássio, a banana, fruta mais consumida no mundo e referência dos países tropicais, é um alimento tão completo que, vira e mexe, novas descobertas aumentam sua importância  na procurada “Alimentação saudável”.
   Na sua composição “verde”, antes de chegar ao seu estágio comercial de maturação, os benefícios vão desde nos proteger contra o câncer de intestino até evitar o aumento de glicose no nosso sangue e como consequência, o diabetes. A banana, principalmente quando verde, está incluída no grupo de alimentos funcionais do tipo prebióticos.
    De sabor agradável e fácil utilização, a farinha de banana verde é altamente nutritiva e benéfica ao organismo, pois fornece minerais importantes e prebióticos que auxiliam os probióticos no equilíbrio da flora intestinal, além da redução do colesterol total e perda de peso. Por não conter glúten, é uma farinha que pode ser usada por intolerantes ao glúten e doentes celíacos, fazendo com que a alimentação dessas pessoas fique nutritiva.
   Ela pode ser usada em vitaminas, sucos e na preparação de bolos e pães.
Portanto, para a Dra. Vera Lucia Moratelli Warmeling falar da banana verde e/ou de sua farinha é tudo de bom, já que se trata de um alimento muito saudável e suas qualidades nutricionais são evidentes, como já mencionados acima. Em sua forma verde, os benefícios estão especialmente no fato da presença do amido resistente, presente na fruta verde, mas não na madura. Sua ação prebiótica, melhora a absorção intestinal de vitaminas e minerais consumidos diariamente e ainda facilita um funcionamento intestinal adequado.

Como fazer e consumir a farinha de Banana verde?

    Com a banana ainda verde, retire a casca com uma faca. Corte em rodelas e coloque no sol ou leve ao forno e vá mexendo para não queimar. Quando estiver seca (desidratada), bata aos poucos no liquidificador.
   O consumo pode ser em sucos, vitaminas e junto de alimentos, como arroz e feijão ou ainda com saladas. Na massa de pães, bolos e biscoitos, também se utiliza com sucesso garantido, tanto em valor nutricional como em sabor. A quantidade pode ser  de até duas colheres de sopa ao dia em horários alternados, variando de pessoa para pessoa e da necessidade de cada um. O importante encontrar uma forma de utilizar, pois só trará benefícios, finaliza Dra Vera.

Probióticos e Prebióticos. O que é isso?

   Os chamados probióticos são microrganismos vivos da nossa flora intestinal normal, ou seja, são as bactérias presentes normalmente no nosso intestino, com a função de auxiliar o funcionamento do intestino e nos proteger de bactérias que possam nos fazer mal. Os objetivos dos alimentos enriquecidos com probióticos são auxiliares na proliferação dessas bactérias para regular o trânsito intestinal e nos proteger de possíveis infecções.
   Os probióticos são muito usados em iogurtes e leites fermentados, os mais conhecidos são os chamados Lactobacilos.
   Já os prebióticos são fibras não digeríveis, mas que fermentam em nosso intestino e estimulam o crescimento das bactérias probióticas.
   Além de melhorar o funcionamento do intestino e diminuir os riscos de infecções, os prebióticos também podem diminuir a absorção de gorduras pelo intestino, diminuindo assim o colesterol total e aumentando a absorção de cálcio, ferro, zinco e magnésio.
  As fibras prebióticas mais comuns são:
- a inulina, encontrada no almeirão, chicória, cebola, alho e alho poró;
- a pectina, encontrada em frutas cítricas, maças, cenoura, farelo de aveia, soja, lentilha e ervilha;
- e os chamados Frutooligossácarideos (FOS). Estes só podem ser encontrados em quantidades significativas se manipulados.
Simbióticos
   O termo simbiótico é dado a produtos que associam os prebóticos com os probióticos a fim de intensificar os efeitos dos dois componentes.
   O uso dessas substâncias deve sempre estar associado a uma alimentação saudável e exercícios físicos regulares.
   Segundo a nutricionista Vera Lucia Moratelli Warmeling, o uso dos mesmos é fundamental para a manutenção da microbiota intestinal e todos necessitam em algum (s)  momento (s) da vida fazer o uso. No que se refere aos probióticos, a sugestão são as versões manipuladas ou prontas, apenas com as cepas dos microorganismos benéficos, pois dessa forma seu efeito é melhor do que consumidos em alimentos. O uso de probióticos deve ser bem orientado, como por exemplo, quem utiliza deve fazê-lo sempre no momento de jejum. Como sugestão, pode ser antes de dormir, a no mínimo 1 hora do jantar. Assim tem a noite toda para que a colonização dos probióticos aconteça de maneira mais completa. Quanto aos prebióticos, já existe no mercado módulos bem completos contendo os mesmos e estes podem ser associados aos alimentos ou não, como a pessoa preferir.





Fonte de pesquisa: -
Farinha de berinjela é uma das novidades da Ciência para a Vida (25/11/2004). Disponível em: http://www.embrapa.br.
SAAD, S. M. I. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. v. 42, n. 1, 1-16, 2006.
-Farinha de berinjela é a nova  aliada na luta contra a balança Disponível em: http://entretenimento.r7.com/receitas-e-dietas/noticias/farinha-de-berinjela-e-a-nova-aliada-na-luta-contra-a-balanca-20100705.html
- Baixe o colesterol com a berinjela. Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br
Entrevista:
Dra. Vera Lucia Moratelli Warmeling  - Rua Alexandre Schlemm, 816 - Bairro Anita Garibaldi (Clínica Integrada) - CEP: 89202 - 181 - Joinville - SC (47) 3028 0905.

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