SUSTENTABILIDADE & O PLANETA.
SUSTENTABILIDADE: O QUE ESTÁ SENDO FEITO PARA SALVAR O
PLANETA.
Segundo o jornalista André Trigueiro, especialista no
assunto, Sustentabilidade é todo o projeto, todo empreendimento e toda
iniciativa que se respeita os limites e a capacidade de suporte do ecossistema
que nos provê dos recursos naturais à
necessidade à vida. Portanto, ser sustentável, significa ter a noção de limite
e respeitar isso. É uma nova maneira de pensar e agir a uma nova ética nas
relações de consumo com a preocupação na capacidade de suporte do planeta. Apesar de tarde, a preocupação com o planeta
vem mexendo com todo o mundo e conferências mundiais, atitudes paralelas vêm
tentando fazer aquilo que já deveria ter sido feito há muito tempo. O lixo,
maior problema apontando por vários especialistas, vem saindo da esfera “total
preocupação” e dando espaço, muito devagar ainda, a pequenas soluções que estão
dando certo.
O QUE ESTÁ SENDO FEITO COM O LIXO ELETRÔNICO?
Estatísticas mostram que o Brasil é o campeão na geração de
lixo eletrônico por habitante, com meio quilo por ano. O lixo eletrônico cresce
três vezes mais que lixo convencional e, segundo a ONU, a situação é mais
preocupante nos países emergentes.
O problema é que a maior parte desses resíduos não tem ainda
destinação adequada. Um risco para o meio ambiente e a saúde. “Os principais
metais pesados são chumbo e o mercúrio. Esses metais geralmente fazem mal para
o aparelho respiratório e também para o aspecto neurológico”, segundo relato da coordenadora do Centro de
Descarte de Reuso de Resíduos de Informática (CEDIR), Tereza Cristina Carvalho.
USP FAZENDO A DIFERENÇA.
O maior centro público de descarte e reuso de lixo
eletrônico da América Latina funciona num galpão de 450 metros quadrados, na
Universidade de São Paulo (USP). Por mês, são levados até 20 toneladas de
resíduos por mês para lá. A maior concentração de metal pesado está nos
televisores de tubo que concentram até 6 kg de chumbo por unidade, ou nos
antigos monitores de computador, que reúnem até 4 kg do mesmo metal cada um.
Do lado do galpão da USP, um grupo de catadores aprende a
desmontar computadores do jeito certo. O curso atende a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, que prevê a inclusão dos catadores de lixo.
O estudante de Mestrado da Poli- USP, Walter Akio Goya,
segundo entrevista dada a a Coluna Sustentável do Jornal O globo, são duas lições principais: a primeira é a
questão da segurança, de como não se
contaminar trabalhando com lixo eletrônico e a segunda, que é mais interessante
para os catadores é a questão da renda. Em média, a desmontagem e a separação
de cada uma das peças valoriza em até 10 vezes, o valor da sucata de ferro.
Cada tipo de material vai para uma empresa de reciclagem
diferente. O centro já doou e emprestou 800 computadores reciclados para
projetos sociais e a própria USP usa componentes e peças no conserto de seus
computadores.
O RIO TAMBÉM FAZENDO A SUA PARTE.
A Fábrica Verde, no Complexo do Alemão, já formou 360 técnicos em informática. Para
cada três computadores doados, um é reconstruído e entregue para associações de
moradores, ONGs e creches que atuam nas comunidades.
A Fábrica Verde já doou 20 toneladas de material reciclado
para reaproveitamento em vários setores e também oferece cursos de
empreendedorismo. Essa iniciativa além de investir no futuro do planeta
saudável, vem tirando jovens do tráfico, pois encontram uma perspectiva
diferente para ganhar dinheiro.
RECICLANDO A PREOCUPAÇÃO MAIOR.
Segundo opinião, de José de Souza e Silva, presidente da
BGA, o lixo é a grande preocupação com o meio ambiente. “É preciso investir mais na educação,
nas alternativas e na seletividade”. E ele está certo. Lixo é um negócio
lucrativo, e muito positivo para o meio ambiente, desde que tratado
corretamente. O que se joga fora de comida por ano no Brasil daria para
alimentar 30 milhões de pessoas. É a população do Iraque, segundo dados da
coluna Sustentável do Jornal O Globo.
Cada um de nós gera em média um quilo de lixo por dia e mais
da metade disso é matéria orgânica. São 22 milhões de toneladas de alimentos
que vão parar na lixeira. Resíduos que
se transformam em uma bomba-relógio ambiental na maioria das cidades
brasileiras.
Abandonados a céu aberto, os resíduos orgânicos vão parar
nos lixões, viram chorume, que
contamina as águas subterrâneas. Gás metano, que agrava o efeito estufa. Atraem
ratos, moscas e baratas, que transmitem doenças. E o pior, nesses locais milhares de pessoas acabam vivendo, ou
tentando sobreviver na tentativa
arriscada de ganhar a vida. Mas há quem
já enxergue no lixo uma maneira correta de trabalhar e excelentes oportunidades
de negócio. A destinação inteligente do lixo úmido já é realidade em várias
empresas do Brasil.
A Lóreal Brasil, que antes mandava seu lixo para o aterro,
hoje faz compostagem. Na White Martins, os recicláveis são separados num galpão e mais
recentemente, o lixo orgânico também passou a ter um destino mais nobre, com
isso cerca de três mil kg de resíduos orgânicos por mês, deixam de ir para os
aterros sanitários.
A Compostagem que é o
conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais
orgânicos, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material
estável, rico em húmus e nutrientes minerais, de forma natural duraria em torno
de cinco a seis meses, mas através de um líquido, que funciona como catalisador
do processo, , segundo o diretor comercial da Vide Verde, Marcos Rangel, o
processo é acelerado para 40 dias.
Outra vantagem desse sistema é que ele reduz drasticamente
as emissões de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento global. Nos
aterros de lixo, gera-se 400 gramas de gás para cada quilo de lixo orgânico.
Nas composteiras, essa emissão fica em torno de quatro gramas, por quilo, 100
vezes menos.
O que antes era resto de comida vira material seco, sem
cheiro ou riscos para a saúde. Misturado à terra preta, o composto é ensacado
para então se transformar em um produto cobiçado no mercado de jardinagem, o
adubo.
Outro método e de graça, pode ser feito até em casa. Chamado
de “Minhocário”, um sistema inspirado num modelo de política pública adotada da
Austrália e trazido para o Brasil pelo o sócio-fundador da Minhocasa, César
Cassab Danna, consiste em caixas
fechadas, que não exalam mau cheiro, colocar minhocas que realizam de graça a conversão do
lixo em adubo. O resíduo orgânico é colocado dentro desse minhocário (cascas de
frutas e verduras, talos, sobras de arroz, feijão, macarrão, casca de ovo,
borra de café, pão embolorado e etc..) e as minhocas ajudam, de graça, a salvar
o planeta. Portanto, solução tem, basta querer e investir.
RIO + 20: PROCURANDO SOLUÇÕES.
Em mais uma tentativa de salvar o planeta, mais de 63 mil
pessoas de 193 países contribuíram com os Diálogos para o Desenvolvimento
Sustentável, elaborando recomendações para líderes mundiais. Segundo fonte do site oficial da conferência,
uma plataforma inovadora marcou a discussão sobre desenvolvimento sustentável
na Rio+20. Com os Diálogos para o Desenvolvimento
Sustentável, realizou-se pela primeira vez em conferências das Nações
Unidas um processo participativo e inclusivo para que representantes da
sociedade civil pudessem apresentar recomendações ao Segmento de Alto Nível da
Conferência.
Entre os dias 16 a 19 de junho, no Rio Centro, os
Diálogos consistiram em dez rodadas de discussão, com dez participantes em
cada uma, que abordaram temas prioritários da agenda internacional de
sustentabilidade. Com uma média de público de 1.300 pessoas, seus debates
foram transmitidos ao vivo pelo site das Nações Unidas.
A cada rodada, três propostas eram escolhidas, uma
pelos palestrantes, uma pelos participantes da sessão e uma pelos internautas.
No final, as trinta sugestões mais votadas foram levadas diretamente
aos Chefes de Estado e de Governo presentes na Conferência.
Os temas debatidos foram: (1) desemprego, trabalho decente e
migrações; (2) desenvolvimento sustentável como resposta às crises econômicas e
financeiras; (3) desenvolvimento sustentável para o combate à pobreza; (4) a
economia do desenvolvimento sustentável, incluindo padrões sustentáveis de
produção e consumo; (5) florestas; (6) segurança alimentar e nutricional; (7)
energia sustentável para todos; (8) água; (9) cidades sustentáveis e inovação;
(10) oceanos. Apesar dos interesses econômicos de cada país prevalecer e
de se esperar mais de uma conferência deste porte, pode-se se dizer que a Rio+ 20 foi um grande
passo para a salvação do planeta.
Segundo José de Souza, presidente da BGA, que acompanhou a conferência, a Rio + 20 foi muito importante para o mundo,
Pela segunda vez, o Rio de Janeiro cedia um dos assuntos mais importantes para
o planeta. Na opinião dele, várias medidas foram sugeridas... Se tomadas
realmente, haverá uma luz no fundo do
túnel.
Na opinião de José
Teixeira Peroba, Presidente do Conselho Arbitral da Ordem dos Jornalistas do
Brasil, não há dúvida que a Rio + 20 pouco correspondeu à grande expectativa
que se gerou em torno do importante evento, do ponto de vista do
desenvolvimento sustentável e da economia verde no mundo. Mas só o fato de 193
representantes de países diferentes, reunidos no Brasil, tentarem encontrar
possíveis soluções dos problemas ligados ao meio ambiente e ao desenvolvimento
sustentável, que o planeta carece para manter a vida humana com qualidade
mínima que justifique à sua inteligência e sabedoria, mesmo sem o consenso
desejável, a conferência teve de certo modo, o seu mérito garantido.
Para Peroba, a
vitória brasileira, deve-se à inclusão no documento final do tema “erradicação
da pobreza”, já que sem a recuperação dos pobres em torno do mundo, não haverá
o sonhado “desenvolvimento sustentável”, cuja proposição voltará a ser debatida
em 2014 e 2015, com maior profundidade.
André Trigueiro - Jornalista (foto Arquivo)
José Teixeira Peroba - Jornalista da Ordem dos Jornalistas do Brasil.
(foto: Pedro Cardoso)
José de Souza - Presidente BGA
(foto: Mariza Cardoso)
Destaque desta matéria ao Jornalista André Trigueiro, pelo excelente desempenho em prol da Sustentabilidade.
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