Mobilidade Urbana: Problemas e soluções para o caótico ir e vir do cidadão.




POR MARIZA CARDOSO



Reflexo de uma  sociedade, os meios de transporte, vem se modificando e evoluindo conforme a necessidade humana.  Desde os primórdios, o homem precisava se locomover para vencer grandes distâncias. No início, ele apenas caminhava e chegava ao seu destino. Mas a necessidade o fez criar meios para diminuir seu tempo percorrido e aumentar a distância desbravadaMas será que os meios acompanham a necessidade atual da sociedade ou estamos perdendo anos de vida, à toa?
Segundo uma pesquisa apresentada no Jornal Hoje, do dia 20 de maio de 2014, atualmente, 10 anos de uma vida, são gastos em engarrafamentos. O cidadão passa mais tempo indo e vindo para casa do que em casa ou no trabalho. Cálculos feitos, ao  longo da vida, 10 anos serão perdidos entre o ir e vir.  Chegou a hora de pensar em soluções!

Curiosidade: O início dos transportes

O  meio aquático, com canoas e botes, foi o primeiro a ser inventado. Depois veio o terrestre, com os trenós – pranchas puxadas por animais domésticos.  Com a invenção da roda, em 3000 a. C., na Mesopotâmia,  estradas foram criadas para facilitar a locomoção.  Os primeiros povos a construir estradas foram os egípcios. Mas a evolução da sociedade precisava mais... Outros meios foram criados e hoje contamos com: terrestres (ferroviário, rodoviário e metroviário), aquáticos ou hidroviários (marítimo, fluvial e lacustre), aéreo e dutoviário.
O Fluvial, um dos mais antigos, teve desempenho importante e essencial para a ocupação e povoamento dos continentes.  E para este meio, os rios eram as “estradas” naturais. Hoje o transporte marítimo continua com sua importância, apesar de seus portos não suprirem a demanda.
O único considerado mais rápido e sofisticado continua sendo o  aéreo. Apesar de o tráfego aéreo estar congestionado também, consegue-se em pouco tempo ainda chegar ao destino.
O  dutoviário, não serve para nós, pois é  realizado em tubos ou dutos apenas para transportar substâncias gasosas (gasodutos), líquidas (oleodutos) ou sólidas (minerodutos).

Apesar das várias opções de transporte, o nosso foco é o terrestre, realizado por  trens, ônibus, carros, motocicletas e caminhões. No início funcionavam com maestria,  mas ferrovias,  ruas, estradas e rodovias não acompanharam a demanda e hoje parece que estamos voltando aos primórdios, onde andar a pé, por vezes, se chega ao destino com maior rapidez... O ir e vir se transformou em um problema nas últimas décadas. As grandes cidades possuem um fluxo de pessoas circulando todos os dias e consequentemente o tráfego  tem ficado cada vez mais lento, devido ao número de carros nas ruas, por conta de com um transporte  público  que não atende às necessidades da população.
Na década de 50, quando a indústria automobilística se instalou no país, o automóvel passou a ser o “queridinho” do cidadão. Várias  facilidades para a aquisição do bem foram e são oferecidas  e,  com um meio de transporte público ineficaz, entre sair de carro e  ficar espremido dentro de um ônibus lotado, a opção 1 tem sido a solução do cidadão que sofre cada dia mais com o ir e vir, ou seja, vencemos distâncias, mas não vencemos os problemas.
E com os meios de transporte cada vez mais rápidos, tudo seria maravilhoso se o caminho percorrido tivesse evoluído com a mesma intensidade.   Se chegamos ao estágio da rapidez, temos que chegar também a mobilidade desta rapidez. Não adianta termos veículos rápidos se não conseguimos acelerar um décimo de sua capacidade por ruas paradas em engarrafamentos infinitos.

Conhecimentos e inventores, temos.

Para chegarmos ao que temos hoje,  os transportes evoluíram de acordo com os conhecimentos que a humanidade adquiriu ao longo dos séculos.  A Expansão Marítima,  com vários inventos e  conhecimentos científicos, desencadeou muitas descobertas e  conquistas.
 A criação do trem, no século XIX,  deu ao inglês George Stephenson, um marco na história. Apesar de alcançar apenas 45Km/h, seu invento trouxe uma nova opção de transporte.
 O primeiro automóvel criado na Alemanha, por Carl Benz, em 1886, foi outro invento a ser marcado na história. E sua evolução durante os séculos, traz cada vez mais conforto. 
E o meio de transporte mais rápido, descoberto por Alberto Santos Dumont, trouxe  a bordo do 14-Bis, em 1906, a solução para grandes distâncias, em tempo recorde para a época. Seu invento  trouxe muita facilidade para o mundo moderno.
Mas, mesmo com tantos inventos, o Rio de Janeiro não anda... Sair de casa três horas antes para chegar ao trabalho e chegar em casa três horas depois de sair do trabalho, vem sendo a dura realidade enfrentada pelo carioca  devido a péssima equação + carros  – vias – transportes adequados. Trajetos curtos viraram viagens que na maioria das vezes são transformadas em horas de engarrafamentos, aborrecimentos e atrasos incalculáveis. Dependendo do percurso, atualmente o carioca passa mais tempo no trânsito, do que no trabalho ou em casa.  E se medidas não forem tomadas, a cidade maravilhosa vai parar.
O  caos  no transporte rodoviário e a insistência em continuar investindo cada vez mais em um meio de transporte que não oferece mobilidade urbana eficiente, tem levado o brasileiro a pensar e repensar seus conceitos.  Apesar de ter sido criado no passado como complemento do transporte ferroviário e acabou se tornando seu maior concorrente,  hoje, a utilização de carros, ônibus,  vans, não atendem a demanda se seus usuários.  Pesquisas e mais pesquisas levam a solução da mobilidade urbana eficiente para outros caminhos. O transporte marítimo seria uma solução para o caos  tanto do transporte urbano quanto para o transporte da cargas.  Mas poucos são os portos em condições de receber navios  de grande porte. E poucos são as barcas que transportam passageiros. As barcas no Rio de Janeiro, por exemplo, atendem Niterói, Ilha do Governador, Paquetá, mas devido ao pouco investimento que é feito, é  um meio de transporte tão lotado e ineficiente quanto os demais oferecidos para a população.  
O ferroviário seria outra solução.  Exemplo disso acontece nos países europeus, onde há a integração nacional e internacional, oferecendo facilidade  de locomoção entre cidades e países. Apesar de o Brasil ter sofrido uma grande estagnação em suas ferrovias, na década de  70,  o metrô,  chegou para tentar solucionar o problema do caos urbano, mas poucas linhas funcionam, não atingindo assim a necessidade da população.

O VLT, modelo  ecologicamente correto que mistura  trem e ônibus , vem sendo adotado em vários países, por sua rapidez e economia,  pois transporta cerca de 18.000 passageiros por hora, o equivalente a mais de 100 carros ou seis ônibus. Além disso, são silenciosos e utilizam energia elétrica. Seu piso baixo garante total acessibilidade e segurança. Portanto, soluções eficazes, temos... Basta saber investir! 

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